
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Allilancho waikay!!*

sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Ruinas de uma civilizacao inesquecível
Estamos em Cuzco há dois dias. Anteontem ficamos o dia inteiro (da uma da tarde as 11 da noite) parados na estrada. Os quechuas e os aymarás bloquearam a estrada que liga Puno a Cuzco (apenas a estrada que leva ao maior ponto turístico do Peru) porque estao descontentes com o presidente, que nao lhes dá condicoes de vida suficientes. Vários onibus com turistas estrangeiros parados na estrada, enquanto os grevistas bloqueavam a estrada com pedras e gritos nada amistosos. Reencontramos nosso amigo frances Axel, que também ia pra Cuzco. Tiramos fotos, fizemos vídeos, e...eu perdi minha máquina. Repito: PERDI MINHA MÁQUINA!!!! Tinha acabado de fazer um filminho á lá Bruxa de Blair, tinha ficado muito legal...mas no meio da confusao ela se foi. E eu, praticando o desapego, estou tentando levar numa boa, já que minhas recordacoes nao perderei nunca.
Hoje fomos visitar o Vale Sagrado: Ollantaytambo, Pisaq e Chinchero. Templos em homenagem ao principal deus incaico, Wiracocha. Vários terracos onde os andinos praticavam a agricultura.
E Chinchero...senti uma energia incrível em Chinchero. O templo antes dedicado ao planeta/deusa Venus foi destruído e transformado em igreja católica, já que para esta religiao ocidental Venus está associada a mulher e logo, ao diabo. Uma mistura de estilos no altar: já que o povo andino nao entendia muito de estilos clássicos, fizeram uma grande mistura dos estilos barroco e rococó, no que resultou no estilo "crespo andino". A tradicao católica foi adaptada ao estilo de vida incaico para facilitar a identificacao do povo andino com essa religiao e, consequentemente, sua conversao. Em uma pintura, o Cristo moreno utiliza a saia branca e olha para o chao ao invés de para o céu, preferindo solicitar ajuda a Pachamama (deusa terra) do que aos céus. Em outra pintura, a virgem que costura acompanhada por suas anjas, refletindo a realidade da mulher inca. Nesse quadro a óleo, os pintores (desconhecidos) deixaram "escapar" uma estrela brilhante no céu, em clara homenagem a deusa Venus.
O terraco de Chinchero, beijando o infinito, é uma fonte inesgotável de energia. A cruz católica adorna a cruz andina e Venus aparece ao fundo, soberana, mágica, plena. A sensacao de plenitude é indescritível. Estou cada vez mais apaixonada por esta cultura, tao complexa, tao rica, tao fascinante.
É uma grande pena que 150 homens brancos e barbudos foram capazes de destruir uma civilizacao tao desenvolvida e que no seu apogeu contava com mais de 12 milhoes de habitantes. Segundo a guia Karen e seus livros de história, 3 foram as principais razoes para a aniquilacao do Império Inca: a chegada de doencas como a gripe, até entao desconhecidas pelos andinos; a crenca de que os homens brancos eram deuses facilitando sua entrada no império, e a traicao dos povos subjugados pelos incas, que se uniram a tropa de Francisco Pizarro para acabar com seus dominadores.
E assim se foi a grande civilizacao incaica. Vieram os quechuas, seus descendentes, que herdaram um passado glorioso, um presente difícil e um futuro incerto.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Do Chile ao Peru

Salar de Atacama
E a vida que insiste em se reproduzir...


Chegando ao Peru
No Peru se vende de tudo dentro do ônibus. Vitamina à base de levedura de cerveja, creme de baba de caracol (ha? será que eu ouvi direito?), remédio para intestino sujo que, segundo o vendedor autorizado e empolgado, é "la madre de todas las enfermedads". E se tem gente que vende é porque tem gente que compra. Através de uma paisagem incrível, rodeada de montanhas, solo árido e bolsoes de natureza verde-escuro, rola o comérico pitoresco: alguns gritam as propriedades dos seus produtos, outros entregam seus soles na base da confiança, enquanto turistas observam admirados esse peculiar traço da cultura peruana.
Nas ilhas flotantes de Uros, no Lago Titicaca, descobrimos aonde nascem as cholas:

Esse povo aymará vive há mais de 500 anos nessas ilhas flutuantes feitas de "totora", um tipo de capim que é a base da sua subsistência. Da totora saem casas, barcos, alimentaçao, além de ser o revestimento do chao da ilha. Lentamente, a populaçao vem diminuindo, pois os jovens migram para o continente em busca de melhores condiçoes de vida. Já os mais velhos e as crianças (como a Maria Luisa e a Lisa) seguem vivendo do mesmo modo dos seus antepassados, pescando, caçando e trocando o excedente por cereais e batatas na cidade de Puno. Adicionalmente, contam também com a produçao de artesanías, que segundo a Lilian vêm diretamente da China a U$S 0,30 a hora de trabalho (rs...). Verdadeiras ou nao, as artesanias de Uros refletem a triste realidade dos povos dependentes do turismo: sujeitar-se à boa vontade de estrangeiros endinheirados, muitas vezes forçando a barra com seus "compra, amigo!" para que a divisao de renda aconteça de maneira a garantir a sua sobrevivência.
De qualquer maneira, a cultura deles é riquíssima (tanto dos aymarás que vivem em Uros como dos quéchuas que vivem em Taquile), e o cenário do lago Titicaca é simplesmente espetacular!
Eu e a pequena Lisa
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Gente, nao ta dando tempo de escrever, entao seguem mais fotos do deserto do Atacama...
Ah, as meninas pediram pra avisar os familiares e amigos que a gente tá comendo bem sim, os tempos de perrengue com Club Social e sanduiche de ovo ficaram pra trás hahaha!
Time de sandboard luso-brasileiro